terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Militantes do MST são soltos por decisão judicial

Na noite desta quarta-feira (10 de janeiro) a sala dos estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo ficou lotada no ato organizado pelo Comitê contra a Criminalização dos Movimentos Sociais e em Defesa da Libertação dos Trabalhadores Rurais ligados ao MST presos desde o dia 26 de janeiro na região de Iaras. O deputado Raul Marcelo participou do ato, cuja mesa foi composta pelo dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Gilmar Mauro, e pelo presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária, Plínio Arruda Sampaio.
A boa notícia do ato, além da forte solidariedade ao MST, foi a divulgação da decisão do desembargador Luiz Pantaleão, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que posicionou favoravelmente ao pedido de habeas corpus para os 7 agricultores presos e concedeu liminar determinando a soltura de todos. Ainda cabe recurso à decisão do desembargador, mas a notícia da libertação dos presos animou a todos porque expressa uma vitória da luta contra a criminalização dos movimentos sociais.
Todos os militantes presentes ressaltaram, no entanto, a necessidade de manter e intensificar as ações de solidariedade em defesa do MST porque a ofensiva do Estado e do capital vinculado ao agronegócio contra o movimento segue brutal.
O processo que investiga a ação realizada pelo movimento na área grilada pela Cutrale no município de Borebi segue tramitando e outros 55 trabalhadores ainda podem ser indiciados, informa o próprio MST. Em vários estados há militantes do MST presos. Além disso, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada no Congresso Nacional contra o MST por ação da bancada ruralista aprovou também no dia de ontem vários requerimentos de convocação das entidades vinculadas à luta pela reforma agrária para “apurar irregularidades em convênios destas entidades com órgãos federais”. Senadores e deputados financiados pelo agronegócio querem tentar desmoralizar o MST perante a opin ião pública para permitir o avanço da ofensiva judicial e também da violência no campo contra os trabalhadores que lutam pelo direito à terra.

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