quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Serra e Paulo Renato recuam, e prova dos professores Ofa será classificatória.

VITÓRIA DA CATEGORIA: Mobilização em pleno recesso faz com que governo anuncie que provão terá caráter classificatório Em pleno período de férias, os professores deram mais uma demonstração de força. Mais de 4 mil professores de todo o Estado tomaram a Praça da República na sexta-feira, 15, para participar de manifestação convocada pela APEOESP contra a avaliação excludente promovida pela Secretaria da Educação (o provão dos ACTs); devido ao grande número de professores, a manifestação transformou-se numa assembleia deliberativa.Nossa mobilização fez com que o governo voltasse atrás e revisse sua posição com relação à prova dos ACTs e atribuição de aulas de EJA (Educação de Jovens e Adultos). A principal vitória: os professores serão classificados para o processo de atribuição de aulas com a nota da prova, tempo de serviço e títulos. Ou seja, todos os professores que prestaram a prova poderão participar do processo de atribuição de aulas, independente do seu desempenho. Outras conquistas: 1) Caso Uninove: os professores que não conseguiram fazer a prova nos dias 13 e 20 na unidade Vila Maria da Uninove não serão demitidos, como anteriormente apontava o governo, mas participarão da atribuição; a classificação será por tempo de serviço e títulos. 2) Professores com justificativa para ausência: serão aceitas justificativas por motivo de doença, óbito na família e outros relevantes; não serão demitidos, como anteriormente apontava o governo, mas participarão da atribuição e terão a classificação por tempo de serviço e títulos. Atenção subsedes: os professores nesta situação devem providenciar documentos comprobatórios e encaminhá-los às subsedes. Por sua vez, as subsedes deverão enviar a lista destes professores para o e-mail presiden@apeoesp.org.br; além da lista, devem remeter os documentos à sede central aos cuidados de Roseli, secretária da presidenta, até o dia 22 de janeiro.Conforme a Secretaria da Educação, os professores que realizarem a avaliação de “promoção por mérito”ou prestarem o concurso público estarão isentos dos futuros provões de ACT. É importante reafirmarmos nossa posição contrária à prova para a evolução funcional.Durante a assembléia, os professores aprovaram a proposta apresentada pelo governo de a prova ter caráter classificatório, além da continuidade da luta pela revogação da Lei Complementar 1093/2009, e do boicote à prova para a “promoção por mérito”. A diretoria da APEOESP se reunirá na próxima semana com o secretário da Educação. Caso as propostas apresentadas pelo governo não sejam contempladas em resolução a ser publicada na semana que vem, os professores deverão reunir-se em assembléia no próximo dia 29 de janeiro.Atribuição de aulas Também por conta da pressão da diretoria haverá reunião técnica entre a SEE e o Sindicato para discutir a Resolução de atribuição de aulas. Conforme decisão favorável à ação civil pública impetrada pela APEOESP, os professores em estágio probatório poderão exercer o direito de utilizar-se do artigo 22, assim como professores que por outros motivos estavam impedidos de fazê-lo. Os professores que encontrarem problemas durante o processo de atribuição devem procurar o Jurídico da APEOESP. Revogação da Resolução SE 48Pressão da diretoria da APEOESP fez com que governo revogasse a Resolução SE 48. Conforme já havia sido manifestado pela presidenta da APEOESP desde novembro, o governo anunciou mudanças nas regras de atribuição de aulas para o EJA, que será por disciplina e não mais por áreas.

Candidatura de Plinio cresce dentro do PSOL

Mais um importante militante socialista declarou apoio à pré-candidatura de Plínio de Arruda Sampaio à Presidência da República. Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL/RJ, afirmou que “nas lutas sociais e no processo eleitoral, Plínio Arruda Sampaio tem todas as condições de representar o PSOL e nossa utopia socialista”.
Nesta semana também decidiram apoiar Plínio, o vereador Renatinho do PSOL Niterói e o bispo da diocese de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio. Freixo se soma a uma lista de apoiadores de peso, que tem se ampliado em diversos setores da sociedade. Sua assinatura e declaração colocam para o conjunto da esquerda a importância de uma candidatura que lute pela garantia e ampliação dos direitos humanos, numa perspectiva socialista.
A denúncia da criminalização da pobreza e dos movimentos sociais é tarefa do PSOL nas instituições parlamentares e no cotidiano militante. Marcelo Freixo é reconhecido internacionalmente por sua atuação no movimento em defesa dos direitos humanos e como presidente da CPI que desnudou o esquema das “milícias” no Rio de Janeiro. Seu apoio traz à pré-candidatura de Plínio não só um acúmulo de lutas importantes, mas também uma mensagem de que estamos no caminho certo.Veja a declaração completa: “Quando questionado sobre os melhores anos de sua vida, Plínio não titubeou: ‘os melhores anos da minha vida são os os que virão’. Além de poetico, profetico. O velho não imaginava a tarefa que a vida iria lhe impor: ser candidato à Presidência da República pelo PSOL. É um presente e uma homenagem que o Partido Socialismo e Liberdade faz à República brasileira. Nas lutas sociais e no processo eleitoral, Plínio Arruda Sampaio tem todas as condições de representar o PSOL e a nossa utopia socialista”
Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL/RJ

Debate na Rede Vida tem repercussão nacional

O deputado Raul Marcelo participou nesta segunda-feira (18 de janeiro) do programa ‘Tribuna Independente’, na Rede Vida, junto com o promotor aposentado Plínio Arruda Sampaio e o coordenador da Pastoral Operária Metropolitana, Paulo Pedrini. O programa, mediado pelo jornalista Monteiro Neto, recebeu perguntas de telespectadores de todo o país, interessados no debate sobre a conjuntura política nacional e as eleições deste ano.
Raul Marcelo abordou temas como o impacto da dívida pública na vida da população brasileira, especialmente na drenagem de verbas das áreas sociais, o papel do PSOL nas eleições de 2010, as raízes das mazelas sociais do país (especialmente a desigualdade social e a falta de um projeto educacional), desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental, entre outros temas.
O deputado, que iniciou sua atividade política na Juventude Operária Católica, também falou no programa sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito que requereu na Assembleia Legislativa no final do ano passado para investigar denúncias de adoções ilegais e sequestros de crianças no município de Itaquaquecetuba. O requerimento da CPI recebeu 43 assinaturas e, na retomada dos trabalhos parlamentares, será uma das prioridades do mandato. O deputado quer, inclusive, verificar a possibilidade de expandir os trabalhos de investigação da CPI, tendo em vista que há indícios de que há processos de adoção ilegais em outros municípios do Estado de São Paulo.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

P-Sol de Tatuí tera candidato próprio para Deputado Federal.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Tatuí ira lançar candidato próprio para Deputado Federal neste ano de 2010. Ao contrario de sites e blogs da direita burguesa de Tatuí que andam informando que a cidade não terá candidato próprio porque a direita não irá lançar ninguem, o PSOl ira estudar um nome de seus filiados. Três no momento são apontados pelo militantes do partido, onde na segunda quinzena de fevereiro um será escolhido para representar não só Tatuí, mas também toda a região. Assim que devinido o nome esse blog contará em primeira mão para todos.

Revista Veja esta acabando com a ética jornalistica.!!

NOTA DO MST-PA SOBRE REPORTAGEM DA REVISTA VEJA
1-O MST do Pará esclarece que não tem nenhuma fazenda ocupada no município de Tailândia, como afirma a reportagem da Revista Veja “Predadores da floresta” nesta semana. Não temos nenhuma relação com as atividades nessa área. A Veja continua usando seus tradicionais métodos de mentir e repetir mentiras contra os movimentos sociais para desmoralizá-los, como lhes ensinou seu mestre Joseph Goebbels. A reportagem optou por atacar mais uma vez o MST e abriu mão de informar que o nosso movimento não tem base social nesse município, dando mais um exemplo de falta de respeito aos seus leitores.
2-A área mencionada pela reportagem está em uma das regiões onde mais se desmata no Pará, com um índice elevado de destruição de floresta por causa da expansão do latifúndio e de madeireiras. Em 2007, a região de Tailândia sofreu uma intervenção da Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal, e latifundiários e donos de serrarias foram multados pelo desmatamento. Os madeireiros e as empresas guseiras estimulam o desmatamento para produzir o carvão vegetal para as siderúrgicas, que exportam a sua produção. Por que a Veja não denuncia essas empresas?
3-Na nossa proposta e prática de Reforma Agrária e de organização das famílias assentadas, defendemos a recuperação das áreas degradas e a suspensão dos projetos de colonização na Amazônia. Defendemos o “Desmatamento Zero” e a desapropriação de latifúndios desmatados para transformá-los em áreas de produção de alimentos para as populações das cidades próximas. Também defendemos a proibição da venda de áreas na Amazônia para bancos e empresas transnacionais, que ameaçam a floresta com a sua expansão predatória (como fazem o Banco Opportunity, a Cargill e a Alcoa, entre outras empresas).
4-A Veja tem a única missão de atacar sistematicamente o MST e a organização dos camponeses da Amazônia, para esconder e defender os privilégios dos verdadeiros saqueadores das riquezas naturais. Os que desmatam as florestas para o plantio de soja, eucalipto e para a pecuária extensiva no Pará não são os sem-terra. Esse tipo de exploração é uma necessidade do modelo econômico agroexportador implementado no Estado, a partir da espoliação e apropriação dos recursos naturais, baseado no latifúndio, nas madeireiras, no projeto de exportação mineral e no agronegócio.
5-Por último, gostaríamos de comunicar à sociedade brasileira que estamos construindo o primeiro assentamento Agroflorestal, com 120 famílias nos municípios de Pacajá, Breu Branco e Tucuruí, no sudeste do Estado, em uma área de 5200 hectares de floresta. Nessa área, extraímos de forma auto-sustentável e garantimos renda da floresta para os trabalhadores rurais, que estão organizados de maneira a conservar a floresta e o desenvolvimento do assentamento.
DIREÇÃO ESTADUAL DO MST DO PARÁ
Marabá, 12 de janeiro de 2010

Todos profesores dia 15 de janeira na praça da República.

Camaradas do Coletivo na Escola e na Luta....

Mais uma vez, a reunião de sexta-feira, a exemplo do que ocorreu na véspera do Natal, onde centenas de professores lotaram o auditório da Sede Central, demonstrou a necessidade de intensificarmos a luta contra esses últimos ataques de Serra/Paulo Renato: A prova como condição para atribuição de aulas para os temporários e a prova como condição para a valorização salarial pelo mérito para todos do magistério que estão na rede até junho de 2007.

Para o conjunto dessas ações nefastas à categoria que aprofunda a precarização e o desemprego, já encaminhamos medidas jurídicas e políticas mas existem situações em que exigem respostas políticas imediatas por parte do nosso sindicato e que não dá para esperar, por isso, a reunião de sexta-feira, reafirmou alguns encaminhamentos mas principalmente ações mais amplas para defender aqueles que estão ameaçados de serem mandados embora ou sobreviver na precarização da pseuda estabilidade com uma jornada reduzida de 12hs prestando serviços gerais na escola, depois de 10,15 e 20 anos de magistério.

Por isso, corretamente, encaminhamos uma ATO PÚBLICO ESTADUAL NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA DIA 15/01 EM FRENTE À SEE NA PRAÇA DA REPÚBLICA ÀS 14HS.Se houver uma grande mobilização, poderemos transformar o Ato em Assembléia, evidentemente que não é uma tarefa fácil por conta do período que por si só é desmobilizador, no entanto, precisamos ousar, e os setores de OPOSIÇÕES da Apeoesp (exceto a Oposição Alternativa lamentavelmente), tem se tornado grande protagonista desse momento delicado que passa uma significativa parte da nossa categoria. O setor majoritário tenta a todo custo(manobras) ter o controle da situação e capitanear para si. Mas independentemente dessas disputas internas, GOSTARIA DE REFORÇAR AQUI E FAZER UM CHAMADO PARA QUE TODAS AS NOSSAS SUBSEDES QUE DIRIGIMOS OU TEMOS MILITÂNCIA, POSSAMOS DIVULGAR AO MÁXIMO ESSA ATIVIDADE E MOTIVÁ-LOS A ESTAR PRESENTE PARA DERROTAR AS AÇÕES DA SEE, GARANTIR EMPREGO, ANULAR A PROVA DOS TEMPORÁRIOS E QUE NENHUM PROFESSOR SEJA PREJUDICADO NESSE PROCESSO DE ATRIBUIÇÃO. ALÉM DISSO, NOSSA LUTA CONTINUA PELO BOICOTE À PROMOÇÃO POR MÉRITO, EM DEFESA DO REAJUSTE SALARIAL PARA TODA A CATEGORIA!

Mais uma vez e para quem ainda não tive a oportunidade de expressar um FELIZ 2010 com muitas lutas mas principalmente com muitas vitórias para nossa categoria e a classe trabalhadora como um todo!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Desafios da esquerda para 2010.

A esquerda brasileira, latina e mundial tem dois processos centrais de combate relativos à produção de seu projeto de classe
Roberta Traspadini
A esquerda brasileira, latina e mundial tem dois processos centrais de combate relativos à produção de seu projeto de classe. 1. Para fora, a luta, ruptura e superação dos princípios e práticas burguesas. 2. Para dentro, a disputa dialógica com os pares, em que o cultivo, o estudo, a formação, os encontros coletivos sejam o fundamento da compreensão sobre a necessária produção de uma nova sociedade que nos interesse enquanto classe.
Mas como sonhar com um novo processo social-econômico-cultural, projetar o ainda não realizado, em meio à aparente vigência onipotente do capital? Como ser, se sentir, pertencer à classe trabalhadora se a realização do trabalho e o sonho sobre o devir estão, em geral, subordinados ao poder do capital que extrai, expropria, rouba o tempo do trabalho?
Estas perguntas nos remetem a alguns desafios que necessitam ser refletidos em conjunto para que seja consolidada uma práxis renovadora tanto das esperanças, quanto dos caminhos possíveis das trilhas do caminhar revolucionário.
1º. Desafio: Diálogo rigoroso, claro, e sem desqualificação do divergente. Um dos principais problemas da esquerda está na forma de explicitação entre seus pares de seu conteúdo de classe. Em muitos momentos a esquerda reproduz o que de mais perverso há no processo burguês de produção linear: a capacidade de tornar o outro invisível, a partir do aniquilamento da escuta-fala-reflexão.
O desafio dialógico entre camaradas tem a intenção de aprofundar os temas gerais, mas não tornar superficial as relações entre os que tomam partido em favor da classe que vive do trabalho.
Este tema é central, dada a dificuldade em pleno século XXI de se dialogar a partir da escuta real do que o outro quer dizer. Isto nos remete a uma característica chave do bom diálogo que é o de não responder imediatamente, com a pressa comum própria da sociedade do roubo do tempo.
Isto requer para os que falam e escutam o tempo do silêncio. Tempo que nos remete à calma, ao cuidar específico da compreensão sobre o que se diz e como se estrutura a forma e o conteúdo deste dizer da maneira em que faz o interlocutor.
Esta reflexão sobre o dito e o posterior comentário de quem escuta para depois falar, requer um ponto de referencia do diálogo relativo à manifestação do pensamento e da linguagem que envolve este dizer. São, pois, sujeitos dialógicos mediados por conceitos, conteúdos, métodos que o aproximam, ou afastam, na compreensão real dos fenômenos relatados.
2º Desafio: Disciplina e concentração. A disciplina é central para, assim como se necessita qualificar o ouvir, também se necessita qualificar o falar. E para tanto é necessário um processo de imersão no conhecimento acumulado sobre o processo vivido pelos trabalhadores ao longo de seu caminhar histórico.
Tratamos da disciplina que nos educa para a arte de buscar nossas referências, enquanto compreendemos as que pautam a qualificação de nossos interlocutores. Disciplinar para a qualificação da fala e da escuta, nada tem a ver com educar para uma única lógica e um único conteúdo de classe. Tem a ver com o rigor no método, na problematização, na compreensão da totalidade do processo.
Disciplina para compreender o que ainda não se compreende, tanto sobre como funciona a sociedade protagonizada pelo trabalho e dominada pelo capital, quanto como funcionará a sociedade cujo poder esteja concretamente nas mãos da classe trabalhadora.
Tempo de disciplina é tempo de nos educarmos-formarmos juntos para termos referências comuns nos diálogos que pautamos.
Toda disciplina requer uma concentração para realmente estarmos envolvidos naquilo que fazemos. Concentrar-se no quefazer significa não fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Eleger o prioritário e atacá-lo em conjunto demanda tempo e estudo sobre as estratégias e táticas da ação reflexiva.
A concentração é chave, tanto porque fomos educados para a dispersão, quanto porque ao longo do nosso caminhar histórico, mediado pelo domínio do capital, a artimanha encontrada para a opressão e exploração, foi a alienação através do roubo real do tempo de pensar, agir, refletir.
3º desafio: paciência histórica. A paciência é avessa ao imediato. Portanto, coloca as coisas nos seus devidos lugares. Quanto mais se rouba o tempo e se dimensiona o viver sob a lógica imperante do ter sobre o ser, tanto mais temos o compromisso de cuidar para não aniquilar ainda mais nossos encontros como classe, com sujeitos que já não se sentem pertencentes a ela.
A paciência histórica requer da esquerda que não nos vejamos como inimigos por falta de referenciais, mas que consigamos, juntos tecer estes referenciais que nos conectam, com base em pautas, lutas, formações concretas. Sem paciência não se aprende nada.
A paciência nos remete à condição histórica de nossa formação, enquanto sujeitos que se sabem inacabados. E como tais, tecem, aos poucos, com o cuidado necessário, o processo de um caminhar convicto, cujas bases não se desmancham no ar, por falta de referencias que vão, pouco a pouco, tomando a forma necessária do conteúdo de classe.
Paciência, para dentro da esquerda, é cultivo que não aceita transgenia, nem aceleração de um tempo de aprendizagem que não pode ser tomado como único, de cima para baixo, dadas as condições reais de vida da classe trabalhadora na atualidade.
4º. Desafio: práxis reflexiva-revolucionaria-propositiva. A práxis é uma característica chave da filosofia marxista que não separa, nem distingue a teoria da prática; o saber popular do saber acadêmico; o processo histórico e a atualidade; a ação e a reflexão; a ética e a moral pública e privada.
A filosofia da práxis ao ser aprofundada nos remete tanto ao que fizeram de nós, enquanto classe, quanto ao que nós mesmos fomos consolidando sobre nós.
Se, por um lado o capital foi ousando em sua pretensão de nos invisibilizar como sujeitos da ação-reflexão, por outro lado nós trabalhadores, ao tomarmos partido e falarmos como classe também não fomos capazes de, ao estar juntos, nos reconhecermos para além daquilo que fizeram de nós.
Uma síntese dos complexos desafios:
Fomos formados em uma cultura de formatação da aprendizagem e do saber. Como tais, o pouco que sabemos não se conecta com uma totalidade manifesta na relação dos homens consigo mesmos, com a natureza e com os demais seres.
Quebrar os compartimentos do saber e colocá-los em permanente diálogo, é redescobrir pontos comuns em diversas áreas que não são divergentes. Instituir o diálogo entre saberes e construir a partir disto, novos elementos que em conjunto sustentam renovadas bases de conformação de outro projetar sobre o real vivido.
Por isso, estes quatro desafios conectados nos remetem a um processo central de um pensar coletivo da esquerda sobre o significado de uma ética e uma moral de classe que não tolere mais a separação para dentro, a degradação de nossos sentidos de pertença e de projeção sobre nosso caminhar, nas mesmas bases burguesas consolidadas pelo capital.
Ética e moral que nos permitam o rigoroso enfrentamento de ideias na conformação de nosso projeto, mas que não nos separem no processo dialógico de pensar nosso atual, e futuro, referencial prático-reflexivo de classe.
Sabemos que instituir uma sociedade sem opressores nem oprimidos, sem explorados nem exploradores, em que o direito social e humano seja preponderante, são elementos constitutivos da luta protagonizada pela classe trabalhadora, em seu afã de romper e superar os mecanismos do capital.
Para tanto, vale a pena repensarmos os ensinamentos de marxista filósofo alemão Ernest Bloch sobre a arquitetura da esperança, “uma arquitetura que se realiza na nova terra. Nos sonhos de uma vida melhor sempre residiu o anseio de felicidade, que só pode ser inaugurado pelo marxismo.”
Roberta Traspadini é economista, educadora popular, integrante da consulta popular-ES.
Artigo publicado pela Agência Brasil de Fato – 06/01/2010

Boris Casoy - O representante da elite brasileira e seus preconceitos.

Seria ingenuidade não considerar um aspecto central neste contexto: o controle dos patrões sobre a atividade jornalística
Jaime Amparo-Alves
Na noite do dia 31 de dezembro, Boris Casoy fechou em grande estilo o jornalismo da mídia gorda em 2009. Para os padrões éticos da imprensa nacional, não poderia ter sido um fechamento melhor. No intervalo do Jornal da Band, o apresentador deixou escapar uma daquelas verdades guardadas no closet e disfarçadas sob o moralismo dirigido comum aos representantes da meia dúzia de redações do eixo Rio-São Paulo que comandam o jornalismo do país. Sob risos, Boris disparou: “Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho”.
Ainda que o comentário, por si só, deixe transparecer o que pensa um dos mais respeitados âncoras do jornalismo brasileiro sobre os garis, a infeliz frase de Casoy apenas expressa a ponta de um complexo emaranhado ideológico que sustenta as distinções/hierarquias sociais em nosso meio e que tem na mídia um dos seus principais instrumentos. Mais do que ofender aos garis e aos telespectadores/as do Jornal da Band – e foi uma ofensa seriíssima -, a frase é expressão do jornalismo hegemônico que consumimos, que por sua vez deve ser contextualizado no campo das nossas relações sociais.
A intelligentsia brasileira já tentou explicar essa arrogância social, esse desqualificar de certos grupos, a partir de uma antropologia do jeitinho brasileiro – destaque para o famoso: ‘você sabe com quem está falando?. Tal antropologia, que tem Roberto Da Matta como seu maior expoente, identificou o desprezo às normas e as estratégias interpessoais de legitimação de poder e distinções sociais como regras da vida cotidiana. Marilena Chauí e Paulo Sérgio Pinheiro identificam na herança do Brasil autoritário (a primeira no mito fundacional do país, o segundo nos períodos de estado de exceção) certo autoritarismo socialmente implantado que faz com que as dominações de gênero, raça e classe social sejam sistematicamente reproduzidas em nossa sociedade e encontrem eco mesmo entre as ‘vítimas’ preferenciais da nossa tradição violenta.
Se o jornalismo, como prática social, é reflexo da sociedade, então é razoável crer que o fazer jornalístico também carrega em si as mazelas e vícios sociais do seu tempo. É razoável, mas poucos têm reconhecido esse pertencimento/afinidade jornalística com os padrões perversos de reprodução das desigualdades e hierarquias. Nas redações a autocrítica nestes termos é quase impensável. Desde a faculdade, jornalistas são semi-deuses/semi-deusas com o dedo em riste, prontos para – a serviço dos patrões – destruir biografias, criminalizar movimentos sociais, negar a existência do racismo, investir no caos…..
É a arrogância jornalística que entra em discussão aqui, não apenas no sentido da arrogância editorial de um veículo se portando como detentor da ‘verdade’, mas também na postura dos/das figurões da mídia gorda – âncoras, comentaristas, apresentadores – que emprestam a cara aos editoriais dos veículos que representam. Seria ingenuidade não considerar um aspecto central neste contexto: o controle dos patrões sobre a atividade jornalística. No entanto, os figurões em questão só o são porque representam bem o discurso dos proprietários dos meios onde trabalham. Todos os dias eles/elas estão aí com o seu moralismo dirigido e sua arrogância – no horroroso jornalismo policial de fim-de-tarde da Band, na estética dissimulada/sofisticada dos editoriais dos telejornais da televisão brasileira – sem falar nos comentários arrepiantes de um tal Arnaldo Jabor no Jornal Nacional…. E por aí não pára…. vide os textos indigestos dos colunistas de jornalões como Folha, O Globo e Estado, replicados na imprensa regional Brasil afora.
Boris Casoy não está só no que pensa sobre os pobres. O seu insidioso comentário tem muito a nos dizer também sobre o que pensam os nomes da mídia grande sobre sua função social. O desprezo pelos pobres e a intimidade com os centros de prestígio e poder não encontra eco apenas no plano político partidário onde uma certa afinidade com o discurso dominante orienta a prática ‘jornalística’ contra os partidos de orientação mais à esquerda. Também no plano social, o preconceito de raça e de classe recebe roupagem moralista e aparece explícito na criminalização dos movimentos sociais, dos moradores das áreas urbanas pobres, das pessoas em situação de rua….. Quem não se lembra das capas históricas da revista Veja sobre o MST (matéria de capa ‘A tática da baderna’ de 10/05/2000, por exemplo)?.
“Que m…, dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho”. Ta aí…. Boris Casoy bebe da mesma fonte que sustenta o nosso fascismo social – como empregado por Boaventura de Souza Santos – e que é amplamente difundido na humilhação diária a que são submetidos jovens negros no jornalismo policial e seus repórteres com suas justificativas cínicas às mortes de supostos ‘bandidos’ nos ‘confrontos’ em ações da polícia, na adjetivação preconceituosa dos protestos urbanos por moradia ou na criminalização das mobilizações pela reforma agrária, na difamação da luta dos afrobrasileiros por ações afirmativas.
Assim como o presidente-metalúrgico agride a sensibilidade depurada dos nossos ‘gatekeepers’ dos jardins, ao escandalizar Casoy, o gari – “o mais baixo na escala do trabalho”- de certa forma expõe de onde falam os formadores de opinião da mídia gorda. A crítica dissimulada que fazem do poder a partir de uma retórica humanista cínica e vazia, não esconde o lugar social e os valores que representam.
Aperte o cinto: concentrado em meia dúzia de redações no eixo Rio-São Paulo, o jornalismo hegemônico segue firme na sua promessa cretina para 2010. A contar pela maneira como Casoy iniciou o seu ano de trabalho, não há tréguas: as redações continuarão sendo lugar privilegiado para a legitimação de padrões de dominação. A não ser que a sociedade reaja – junto com as/os jornalistas conscientes da sua responsabilidade social – em um movimento amplo pela democratização dos meios de comunicação e pelo controle social da atividade jornalística por meio de um Conselho Federal de Jornalistas – garis, domésticas, nordestino/as, negro/as continuarão sendo objetos da violência simbólica e moral de quem deveria zelar pela dignidade humana. Isso é uma vergonha!

Hoje tem P-Sol na TV !!!

O deputado estadual Raul Marcelo participa do programa nacional da PSOL que vai ao ar em rede nacional de rádio e TV nesta quinta-feira (7 de janeiro), transmitido por rádio das 20 horas às 20h10 e, na TV, das 20h30 às 20h40. O deputado abordará os impactos da crise econômica mundial sobre a vida dos brasileiros e a necessidade de construção de uma alternativa socialista de saída deste processo.
Toda a militância, amigos e simpatizantes do mandato estão convidados a assistir o programa, que contará também com a participação de outras lideranças do partido.

Estamos de volta....2010 chegou ou....

Falam todos que o ano só começa após o carnaval, pois bem depois do carnaval vamos todos concentrar em junho na copa do mundo, depois da copa vamos ter em outubro eleições estadual e federal. Pois é 2010 promete e com certeza passará com muitas historias para contar, sendo elas boas ou não. Então que venha 2010.