sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Canditatura própria ganha peso no P-Sol

A resolução aprovada na reunião da direção nacional do PSOL, realizada neste fim de semana em São Paulo, evidencia a importância da ação militante na construção cotidiana do partido. Após mais de um mês de discussões internas – desde quando a executiva nacional aprovou resolução autorizando o estabelecimento de conversas com o PV – o diretório nacional aprovou “iniciar imediatamente o processo de avaliação acerca do lançamento de uma candidatura própria capaz de unificar o partido, baseada na construção de um discurso, um perfil e programa capazes de empreender esse objetivo”.
Embora a resolução aprovada pela maioria dos membros do diretório autorize o prosseguimento das conversas com a pré-candidata do PV, Marina Silva, até a conferência eleitoral de março do ano que vem, fica cada vez mais evidente a possibilidade de aliança com os “verdes”.
A resolução também estabelece bases programáticas que são totalmente incompatíveis com o PV que integra a base de sustentação dos governos Serra e Kassab em São Paulo, ocupa o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula e é comandado por Zequinha Sarney. Entre os elementos da base programática estão: apresentar-se nas eleições de 2010 como oposição de esquerda à atual política econômica e aos governos do PT, PSDB e DEM; defender a retomada do monopólio estatal das ações da Petrobrás; denunciar e combater a liberação dos transgênicos e a construção da hidrelétrica de Belo Monte; defender a redução da jornada de trabalho sem redução salarial e a reforma agrária anti-latifúndio em todo o país; denunciar e combater o financiamento privado das campanhas eleitorais.
A política aprovada no diretório nacional mostra o crescimento do sentimento anti-PV na militância do PSOL, e o desgaste que a senadora e pré-candidata Marina Silva imporia à militância do partido, por não se opor nem ao PT nem ao PSDB e defender a mesma política econômica, além de ter sido ministra do governo Lula por quase sete anos, implementando uma política ambiental de interesse do capital.
Raul Marcelo defendeu outra resolução no DN, que propunha indicar desde já à conferência eleitoral que a política correta para o PSOL é o lançamento de candidatura própria, encerrando definitivamente as negociações com Marina e o PV. O resultado da votação foi 41 votos a favor do texto aprovado, 19 contra e uma abstenção.

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